Estimativas populacionais, nova regionalização do país e Contas Regionais são debatidos durante encontro em Vitória

 A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Wasmália Bivar, apresentou nesta quarta-feira (19) propostas do Instituto sobre estimativas populacionais, nova regionalização do país e o Programa de Contas Regionais, entre outros temas, para os dirigentes das instituições de pesquisa de todo o país.

A exposição aconteceu durante o II Fórum dos Presidentes e Gestores das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística, realizado em Vitória nesta terça (18) e quarta-feira (19), sob organização do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), em parceria com a Associação Nacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística, e apoio do Bando de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).

Sobre as estimativas populacionais, a intenção é a celebração de acordos de cooperação técnica com os institutos estaduais. O assunto foi debatido pelo Instituto Federal com a Comissão de Demografia da Anipes para a criação, ainda, de um comitê técnico sobre o tema. O projeto envolve também capacitações a serem oferecidas pelo IBGE aos institutos estaduais.

Já a proposta de nova regionalização está sendo trabalhada pelo IBGE com a intenção de “incorporar as especificidades regionais, que serão apontadas pelos próprios Estados”, conforme explicou a presidente Wasmália. O projeto deverá estar concretizado no próximo ano.

A presidente colocou ainda em debate o Programa de Contas Regionais (programa de cálculo do Produto Interno Bruto de todas as unidades da federação, sob a coordenação do IBGE). Atualmente, o IBGE trabalha na atualização da base de cálculo, que tem como referência o ano de 2002 e está sendo revista. A nova série passará a ter referência em 2010 e será divulgada pelo Instituto Federal em 2015.

“A política do IBGE é preencher importantes lacunas com detalhamentos geográficos. É fundamental que as políticas estaduais e municipais se alinhem. O Brasil é muito transgênico, e essas informações distintas precisam ser disponibilizadas para os gestores locais”, defendeu a presidente.

Tema de grande interesse popular, o mercado de trabalho também foi pauta do encontro. “É uma informação muito demandada, mas que é difícil de ser construída. Precisávamos de um novo sistema e a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) vem para atender a essa demanda estadual. Isso é importante para o acompanhamento e planejamento do Estado e também para a classe trabalhadora”.

Os primeiros resultados da Pnad Contínua foram divulgados pelo IBGE em janeiro deste ano, com dados inéditos e informações trimestrais para o Brasil e grandes regiões. No final de 2014 serão divulgados dados trimestrais sobre os estados e capitais.

Wasmália lembrou ainda que o Espírito Santo não possuía cálculo de inflação e este ano a Região Metropolitana da Grande Vitória passou a incorporar o índice do IBGE.

O Fórum contou também com uma exposição do secretário de Avaliação e Gestão da Informação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Paulo Jannuzzi, sobre o Cadastro Único (CadÚnico), do Governo Federal, e outras pesquisas de avaliações de programas sociais.

“O Cadastro Único é uma fonte regular de estatística para as instituições de pesquisa, sobre condições de vida, escolaridade e nível de ocupação da população de baixa renda. Temos quatro grandes vantagens nessa base de dados: informações em nível local, com periodicidade reduzida, com confiabilidade e mais abrangentes para políticas públicas”, pontuou Jannuzzi.

O secretário destacou que “o Cadastro tem passado por um processo contínuo de melhora de suas informações”. “Temos um formulário compatibilizado com as principais categorias utilizadas pelo IBGE”, finalizou.

O coordenador da Plataforma Ipea de Pesquisa em Rede, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcos Aurélio Costa, falou sobre os programas desenvolvidos pela Rede IPEA-ANIPES, como estudos sobre a governança metropolitana no Brasil, a coordenação e cooperação federativa em áreas que recebem grandes investimentos, as projeções multirregionais de mão de obra qualificada, entre outros.

O presidente da Anipes, Maurílio Soares de Lima, explica que o fórum foi criado para dinamizar a atuação da associação e “a notória transformação na economia do Espírito Santo, uma nova gestão do Governo do Estado, além da própria atuação do Instituto Jones dos Santos Neves credenciou a escolha do Estado (para ser a sede do evento)”. “O próprio governador Renato Casagrande recebeu a Associação, em conjunto com o IBGE, e se interessou em nos ouvir porque reconhece que os resultados produzidos nesses encontros e pelas instituições são de interesse dos governantes”, frisou Lima.

Para o diretor Presidente do IJSN, José Edil Benedito, o encontro é um importante intercâmbio de informações entre as instituições de pesquisa. “Temos aqui a oportunidade de trocar experiências com os institutos de pesquisa de todo o país sobre o que estamos fazendo e o que podemos vir a fazer em termos de pesquisa e planejamento público, além de estabelecermos uma relação importante com os órgãos federais de pesquisa (Ipea e IBGE)”, ressaltou.

Também presente no evento, o secretário de Estado de Economia e Planejamento, Davi Diniz de Carvalho, destacou que “sem estatísticas e planejamento o Governo não conseguirá dar o retorno que a sociedade quer. Essas pesquisas voltam para a sociedade em forma de programas, projetos e benefícios sociais”, pontuou.

Os dirigentes das instituições de pesquisa de todo o país voltam a se reunir em agosto deste ano no XIX Encontro Anual e I Encontro Internacional das Instituições de Planejamento, Pesquisa e Estatística da Anipes, que será em Brasília. O evento, que é aberto ao público, contará com mesas redondas, minicursos e sessões temáticas.

Com informações da Assessoria de Comunicação do IJSN*

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